O Bacamarte
O bacamarte é uma arma de fogo de cano cilíndrico curto e calibre largo que serviu a Guerra do Paraguai entre 1864 e 1870, numa batalha contra a Tríplice Aliança formada por Brasil, Argentina e Uruguai.
O ciclo do cangaço perpassou sete décadas, de 1870 a 1940, fazendo uso do bacamarte nos seus confrontos. Chegou ao Nordeste Brasileiro com Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, que viveu em bando andarilho pelo sertão entre os anos 1920 e 1938. Depois de sua morte, o movimento permaneceu até 1940 na liderança de seus sucessores.
Na Sedição de Juazeiro em 1914, liderados pelo Padre Cícero, os sertanejos usaram o bacamarte para derrubar do poder o interventor Coronel Franco Rabelo. O levante armado foi tão violento que o governo federal cedeu, retirando o interventor e devolvendo o governo do estado aos Acioly.
Desde o final do Séc. XIX, o bacamarte foi incorporado nos festejos juninos pelos então denominados Bacamarteiros. Os integrantes se vestem como cangaceiros, com cartucheiras ao peito, lenço, cantil, chapéu e sandálias de couro. As músicas enaltecem a cultura do cangaço, acompanhadas tradicionalmente por sanfona, zabumba e triângulo.
O grupo Bacamarteiros do Beato José Lourenço, da União dos Artistas da Terra da Mãe de Deus, realizaram em 2007 um abaixo assinado para obter liberação de confecção de bacamartes para o grupo na cidade de Brasília - Distrito Federal que foi protocolado no Ministério da Cultura. Após a fabricação, conseguiram em 2008, junto ao Ministério da Defesa - Comando Militar do Nordeste da 10ª Região Militar o registro dos bacamartes para atividade de colecionamento com fins de apresentação folclórica.